“Som da Liberdade”: um apelo ao resgate da infância
Produzido pela Angels Studios e distribuído pela Paramount, o filme é um dos maiores sucessos no cinema norte-americano, desbancando blockbusters famosos e multiplicando por mais de dez o orçamento enxuto de sua produção, de cerca de 14, 5 milhões de dólares. Isso até o momento, já que a obra foi lançada apenas nos Estados Unidos e Canadá e estima-se que já tenha faturado mais de 210 milhões de dólares.
A história emocionante trata do tema da exploração sexual infantil, sob a perspectiva de um cristão, inspirado pela sua fé em Jesus: “Os filhos de Deus não estão à venda”, como afirma o protagonista Jim Cavizel, durante cena do filme. No enredo, após o agente Tim Ballard prender pedófilos, ele decide largar a carreira para se aventurar numa busca para libertar crianças escravizadas sexualmente.
Em entrevista exclusiva à Comunhão, o diretor e roteirista Alejandro Monteverde Javier, afirmou que vê o filme como “uma vela acesa na escuridão”. Sobre o personagem que inspira a película, ele não tem dúvidas: “Qualquer pessoa que dedique a vida aos outros é sim um herói dos nossos tempos, assim como qualquer pessoa que não viva pelos outros está passando por uma existência desperdiçada. Tim Ballard largou o emprego, uma estabilidade, os filhos e sua própria família para resgatar a vida de outros filhos que não os seus. Não tenho dúvidas de que ele é um herói”.
A equipe de direção veio ao Brasil para o lançamento. Além de Monteverde, estão no país o produtor musical Fernando Garibay, o cantor e compositor da trilha sonora do filme, Justin Jesso e o co-fundador da Angel Studios, Jeffrey Hamon. “Não consigo nem imaginar o que é perder um filho numa situação como essa (sequestro para exploração sexual), por isso a gente enxerga esse projeto como uma missão que vale o tempo, energia e nossa própria vida”, resumiu Jeffrey Hamon.
Boicote e polêmicas
O filme tem causado muita polêmica por onde passou. Ovacionado por figuras conservadoras dos Estados Unidos, como o bilionário Elon Musk e o ex-presidente republicano Donald Trump, a cativante história que chama à atenção ao submundo da exploração sexual infantil tem gerado desconforto, em especial na imprensa, que acusa o filme de proselitismo religioso e de estar `a serviço da teoria QAnon.
A QAnon é uma teoria, criada em 2017, que afirma que pedófilos adoradores do diabo trabalhariam para o governo dos Estados Unidos e que uma rede de tráfico sexual de crianças conspirou contra Donald Trump e conspira contra governos conservadores ao redor do mundo.
Além disso, Tim Ballard foi denunciado por sete mulheres por ter cometido assédio sexual contra elas. O caso ganhou repercussão em reportagem publicada esta semana na revista Vice. Ballard foi afastado da direção da organização que fundou, a Operation Underground Railroad (OUR), e uma investigação paralela foi contratada.
O filme “Som da Liberdade” foi filmado em 2018 e inicialmente teve seus direitos de distribuição adquiridos pela 20th Century Fox. Contudo, após a aquisição do estúdio pela Disney em 2019, a Disney optou por não prosseguir com o lançamento da produção. Os direitos foram posteriormente recuperados pelo produtor Eduardo Verástegui, que os transferiu para a Angel Studios. Esta produtora cristã, conhecida por ser responsável pela série “The Chosen”, adquiriu os direitos de distribuição do filme “Som da Liberdade”. Como resultado dessa transação, o longa-metragem conseguiu assegurar uma distribuição global.
Fonte: Revista Comunhão
Autor: Elton Melo
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