“Som da Liberdade”: um apelo ao resgate da infância

  • 21/09/2023

O filme “Som da Liberdade” (Sound of Fredoom), longa baseado na história real de Tim Ballard, ex–agente do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (CIA), que abandona seu trabalho para resgatar crianças vítimas de exploração sexual.

Produzido pela Angels Studios e distribuído pela Paramount, o filme é um dos maiores sucessos no cinema norte-americano, desbancando blockbusters famosos e multiplicando por mais de dez o orçamento enxuto de sua produção, de cerca de 14, 5 milhões de dólares. Isso até o momento, já que a obra foi lançada apenas nos Estados Unidos e Canadá e estima-se que já tenha faturado mais de 210 milhões de dólares.

A história emocionante trata do tema da exploração sexual infantil, sob a perspectiva de um cristão, inspirado pela sua fé em Jesus: “Os filhos de Deus não estão à venda”, como afirma o protagonista Jim Cavizel, durante cena do filme. No enredo, após o agente Tim Ballard prender pedófilos, ele decide largar a carreira para se aventurar numa busca para libertar crianças escravizadas sexualmente.

Jim Cavizel, protagonista que interpreta o agente Tim Ballard, é o mesmo que fez estrondoso sucesso com A Paixão de Cristo (2004). O ator também é conhecido por sua profunda fé cristã.

Em entrevista exclusiva à Comunhão, o diretor e roteirista Alejandro Monteverde Javier, afirmou que vê o filme como “uma vela acesa na escuridão”. Sobre o personagem que inspira a película, ele não tem dúvidas: “Qualquer pessoa que dedique a vida aos outros é sim um herói dos nossos tempos, assim como qualquer pessoa que não viva pelos outros está passando por uma existência desperdiçada. Tim Ballard largou o emprego, uma estabilidade, os filhos e sua própria família para resgatar a vida de outros filhos que não os seus. Não tenho dúvidas de que ele é um herói”.

A equipe de direção veio ao Brasil para o lançamento. Além de Monteverde, estão no país o produtor musical Fernando Garibay, o cantor e compositor da trilha sonora do filme, Justin Jesso e o co-fundador da Angel Studios, Jeffrey Hamon. “Não consigo nem imaginar o que é perder um filho numa situação como essa (sequestro para exploração sexual), por isso a gente enxerga esse projeto como uma missão que vale o tempo, energia e nossa própria vida”, resumiu Jeffrey Hamon.

Boicote e polêmicas

O filme tem causado muita polêmica por onde passou. Ovacionado por figuras conservadoras dos Estados Unidos, como o bilionário Elon Musk e o ex-presidente republicano Donald Trump, a cativante história que chama à atenção ao submundo da exploração sexual infantil tem gerado desconforto, em especial na imprensa, que acusa o filme de proselitismo religioso e de estar `a serviço da teoria QAnon.

A QAnon é uma teoria, criada em 2017, que afirma que pedófilos adoradores do diabo trabalhariam para o governo dos Estados Unidos e que uma rede de tráfico sexual de crianças conspirou contra Donald Trump e conspira contra governos conservadores ao redor do mundo.

Além disso, Tim Ballard foi denunciado por sete mulheres por ter cometido assédio sexual contra elas. O caso ganhou repercussão em reportagem publicada esta semana na revista Vice. Ballard foi afastado da direção da organização que fundou, a Operation Underground Railroad (OUR), e uma investigação paralela foi contratada.

O filme “Som da Liberdade” foi filmado em 2018 e inicialmente teve seus direitos de distribuição adquiridos pela 20th Century Fox. Contudo, após a aquisição do estúdio pela Disney em 2019, a Disney optou por não prosseguir com o lançamento da produção. Os direitos foram posteriormente recuperados pelo produtor Eduardo Verástegui, que os transferiu para a Angel Studios. Esta produtora cristã, conhecida por ser responsável pela série “The Chosen”, adquiriu os direitos de distribuição do filme “Som da Liberdade”. Como resultado dessa transação, o longa-metragem conseguiu assegurar uma distribuição global.


Fonte: Revista Comunhão

Autor: Elton Melo