A Prática do Jejum e da Oração

  • 24/07/2020

O jejum é uma prática que envolve a abstenção total ou parcial de alimentos e bebidas por um determinado período de tempo. A Bíblia nos dá vários exemplos de pessoas que jejuaram; desde os grandes personagens do Velho Testamento até o Novo Testamento praticaram o jejum. Os médicos que investigam o que acontece com o organismo durante o jejum descobriram que, para a maioria das pessoas, é muito mais fácil eliminar a alimentação, em se tratando de regime alimentar, do que diminuir as suas quantidades. Logo, perceberam reações importantes. Embora seja comumente associado a práticas espirituais, o jejum também pode ter benefícios para a saúde humana.

Benefícios do jejum para o corpo físico

O jejum é uma prática que envolve a abstenção total ou parcial de alimentos e bebidas por um determinado período de tempo. Embora seja comumente associado a práticas espirituais, o jejum também pode ter benefícios para a saúde humana.Uma das principais razões pelas quais o jejum pode ser benéfico para a saúde é que ele pode ajudar a reduzir a inflamação no corpo. A inflamação crônica é uma causa subjacente de muitas doenças, incluindo doenças cardíacas, câncer, diabetes e doenças autoimunes. O jejum pode ajudar a reduzir a inflamação, melhorando a função imunológica e reduzindo a produção de radicais livres, moléculas que danificam as células e contribuem para a inflamação.O jejum também pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina, o que pode ser benéfico para pessoas com diabetes ou pré-diabetes. Quando jejuamos, nossos corpos começam a queimar a glicose armazenada no fígado e nos músculos, o que pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue e melhorar a sensibilidade à insulina. Durante o jejum, o corpo elimina grandes quantidades de toxinas acumuladas nas gorduras; e com o jejum, a circulação sanguínea não se concentra tanto no estômago, irrigando melhor o cérebro. Consequentemente liberando maiores energias mentais, que podem refazer os desgastes nervosos. Outros benefícios potenciais do jejum incluem a redução da pressão arterial, melhora da função cerebral e diminuição do risco de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson.

Como cristãos porquê devemos jejuar?

Todos os cristãos têm o privilégio de poder jejuar e orar, gozando assim dos enormes benefícios, tanto a nível individual como ao Reino de Deus. O principal motivo do jejum, além dos benefícios citados pelos médicos quanto ao físico, é dar atenção especial às necessidades espirituais. É buscar uma comunhão mais íntima com Deus, em estado de humildade e submissão à Sua excelsa e soberana vontade. Não é sacrifício em troca de bênçãos. É um momento em que devemos dirigir as nossas energias espirituais para uma comunicação mais íntima com Deus, confissão de nossos pecados e um desejo sincero de achegarmos a Deus, consagrando mais as nossas vidas, através da oração. “Joel 2:12,13 …Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto”.

Quando devemos jejuar?

A Bíblia nos fala de circunstâncias específicas onde o jejum era apropriado – circunstâncias estas que podem acontecer em nossas vidas hoje:

  1. Calamidades públicas. Houve choro e jejum quando o Rei Saul e seu filho Jônatas foram mortos. (II Samuel 1.12).
  2. Quando intercedemos pelas vidas aflitas.(Salmo 35.13).
  3. Durante uma crise pessoal. Davi buscou ao Senhor através da oração e do jejum, para Deus poupar a vida de seu filho. (II Samuel 12.16,21-23).
  4. Quando precisamos de direção e orientação específica.  … “Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava , para humilharmos diante da face do nosso Deus, para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos fllhos,…” (Esdras 8.21);
  5. Quando há perigo para enfrentar. Ester pediu que o povo jejuasse durante três dias e três noites, antes dela falar com o Rei para interceder pela vida do povo (Ester 4.16).
  6. Quando um líder espiritual pede para jejuarmos. Esdras, um sacerdote, pediu ao povo que jejuasse para que Deus os guiasse numa jornada feliz. (Esdras 8.21).
  7. Pela salvação da cidade, ou País. Homens, e animais, pequenos e grandes jejuaram para a salvação da cidade de Nínive. (Jonas 3.1-10).

Qual a frequência

A frequência do nosso jejum depende da orientação que recebemos do Espírito Santo. Quando estamos em crise; quando estamos sentindo uma grande necessidade de nos comunicarmos com Deus; quando precisamos de uma orientação específica, devemos considerar o fato de duração do jejum; entretanto, podemos ver alguns exemplos citados nas Escrituras e talvez tirarmos algumas conclusões pessoais. Moisés, Elias e Jesus Cristo jejuaram durante quarenta dias. Estes longos jejuns ocorreram durante épocas difíceis e por razões específicas Moisés buscou orientação para o seu povo. (Deuteronômio.9.18; Êxodo 24.18; 34.28). Elias passou por uma crise pessoal. (I Reis 19.8) Jesus jejuou quando foi tentado por satanás no deserto. (Mateus 4.2; Marcos 1.12,13).
Cada um desses homens foi preparado por Deus de uma maneira sobrenatural, para que resistissem a um jejum tão longo. Se eles tivessem que se apoiar em suas próprias forças humanas, eles não teriam conseguido sobreviver por tanto tempo sem água e sem alimento. Períodos mais curtos de jejum estão registrados em (Daniel 10.2,3). Quando Daniel jejuou durante três semanas para entender uma visão. Em Atos 27.9-35, os discípulos jejuaram quatorze dias, durante uma viagem perigosa. Ester pediu ao povo que jejuasse por três dias quando foi interceder por eles diante do Rei (Ester 4.16). E o Rei Dario também jejuou na noite em que Daniel foi lançado na cova dos leões. (Daniel 6.18).
Quando jejuarmos é importante levarmos em conta nossas limitações físicas. Quando jejuarmos devemos avaliar a urgência do problema pelo qual vamos jejuar, para que em espírito de oração possamos determinar a duração do jejum. É aconselhável consultar um médico antes de fazer um jejum prolongado, ou mesmo até de mais de uma refeição quando se tem alguma dúvida na saúde. Inclusive porque, o nosso sacrifício deve ser de louvor e adoração a Deus, e não penoso desorientado que só trará danos físicos.

O que devemos fazer enquanto jejuamos?

  • Orar: “Voltei o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza.”(Daniel 9.3).
  • Confessar pecados. “E no dia vinte e quatro deste mês se ajuntaram os filhos de Israel com jejum e com sacos, e traziam terra sobre si. E a geração de Israel se apartou de todos os estranhos, e puseram-se em pé, e fizeram confissão dos seus pecados e das iniqüidades de seus pais . (Neemias 9.1,2).
  • Ler as Sagradas Escrituras. A oração comunica os nossos pensamentos a Deus e Ele se comunica conosco através da Sua Bendita e Santa Palavra, a Bíblia Sagrada. “Entra pois tu, e lê pelo rolo (pergaminho) que escreveste da minha boca as palavras do Senhor aos ouvidos do povo, na casa do Senhor, no dia do jejum; e também aos ouvidos de todo o Judá, que vem das suas cidades, a lerás“. (Jeremias 36.6).
  • Devemos ter uma boa aparência física, enquanto mantemos uma atitude interior de humildade e oração. “Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai que está em oculto, te recompensará”. (Mateus 6.17,18).

São grandes os benefícios do jejum e da oração. Aumenta o poder do nosso testemunho e das orações. Rompe com as vicissitudes da carne. Renova o espírito de humildade, submissão e comprometimento com Deus. Estimula a obediência e o fervor espiritual. Abre-nos as portas para que Deus estabeleça em nós o Seu grande propósito e a Sua soberana vontade. E sempre aqueles que quiserem sentir e transmitir um fortíssimo impacto do Evangelho estarão envolvidos neste significativo ministério do Jejum e Oração.

O exemplo devocional de Daniel

Daniel é conhecido por sua devoção à oração. O livro de Daniel na Bíblia relata que ele orava três vezes por dia, mesmo quando era proibido pela lei do rei da Babilônia. A rotina de oração de Daniel não era apenas um hábito, mas uma expressão de sua fé e dependência de Deus. Ele não permitiu que as circunstâncias ou as ameaças o impedissem de buscar a Deus em oração.A oração é um recurso valioso para os cristãos dos dias atuais, assim como foi para Daniel. Através da oração, podemos nos conectar com Deus, expressar nossas necessidades, agradecer Suas bênçãos e pedir Sua orientação e ajuda. É uma forma de nos aproximarmos de Deus e fortalecer nossa fé.Assim como Daniel, é importante que os cristãos hoje em dia tenham uma rotina de oração consistente. Isso pode envolver a oração diária, seja pela manhã, à tarde ou à noite, ou um tempo reservado semanalmente para oração mais prolongada. A oração pode ser feita em particular ou em comunidade, e pode incluir orações escritas ou espontâneas.Além disso, a oração deve ser vista como um recurso contínuo e constante em nossa vida. Em vez de apenas orar em momentos de crise, podemos buscar a Deus em oração regularmente, mesmo quando as coisas estão indo bem. Isso nos ajuda a manter uma conexão constante com Deus e a fortalecer nossa fé.A oração também nos permite encontrar paz e conforto em momentos de sofrimento e ansiedade. Quando enfrentamos dificuldades e desafios, podemos nos aproximar de Deus em oração, entregando nossas preocupações e confiando em Sua ajuda e orientação.Em resumo, a rotina de oração de Daniel é um exemplo para os cristãos de hoje. Ele nos ensina a importância da devoção e dependência de Deus, mesmo em meio a desafios e oposição. A oração é um recurso valioso para os cristãos de hoje, nos permitindo nos aproximar de Deus, fortalecer nossa fé e encontrar paz em momentos de dificuldade.

Aprenda a perseverar na oração

No capítulo 10 do livro de Daniel, encontramos uma narrativa em que Daniel persevera em oração por 21 dias, buscando entender uma visão que lhe foi concedida. Durante esse período, Daniel fez jejum e orou fervorosamente, até que um anjo apareceu e lhe explicou a visão. Essa história de Daniel nos ensina sobre a importância da perseverança na oração. Às vezes, as respostas às nossas orações podem não chegar imediatamente, mas precisamos continuar buscando a Deus em oração e perseverar em nossa fé.Além disso, a história de Daniel também nos mostra que existem batalhas espirituais que precisam ser vencidas antes que nossas orações sejam respondidas. O anjo que apareceu a Daniel explicou que ele havia sido enviado para atender à sua oração desde o primeiro dia, mas foi impedido pelo “príncipe do reino da Pérsia” e só conseguiu chegar até ele após vinte e um dias de batalha espiritual.Essa batalha espiritual pode ocorrer por várias razões, como a influência de forças malignas, conflitos dentro de nós mesmos ou até mesmo o plano de Deus para o momento certo da resposta às nossas orações. Essa batalha espiritual pode envolver coisas como tentações, distrações, dúvidas e até mesmo ataques espirituais. É por isso que Jesus ensinou em Mateus 26:41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”.A oração é uma arma poderosa que Deus nos deu para vencer essas batalhas espirituais. No entanto, a perseverança em oração nos permite enfrentar essas batalhas e vencer os obstáculos espirituais que nos impedem de receber a resposta. A oração nos permite nos aproximar de Deus e pedir sua ajuda para vencer essas batalhas e fortalecer nossa fé. Essa batalha espiritual é uma realidade que os cristãos enfrentam em suas vidas de oração. Existem forças espirituais que resistem ao nosso avanço em oração e que precisam ser combatidas com perseverança e fé.Em resumo, a perseverança na oração é fundamental para a vida cristã. É preciso confiar em Deus e persistir na oração, mesmo quando as respostas não vêm imediatamente. Precisamos estar cientes das batalhas espirituais que enfrentamos e lutar contra elas com fé e determinação. Quando perseveramos em oração, podemos ter a certeza de que Deus está ouvindo e trabalhando em nossas vidas de maneira perfeita e no tempo certo.

Autor: Alcance Vitoria