Oração persistente e objetiva
Poder em oração
(Lucas 11.1-13) – O fato de que Jesus tinha de orar durante seu ministério terreno é prova suficiente de que precisamos orar. Jesus orou em seu batismo (3.21), antes de encontrar os Doze (6.12), na transfiguração (9.28), antes de ser preso (22,40-44), na cruz (23,46) e em outras ocasiões (5,16; 9,18).
Os Doze aprenderam logo a importância da oração. Provavelmente, deveriamos chamar de “Oração dos Discípulos” aquela que chamamos de “Pai-Nosso”, porque contém coisas que não se referem ao Senhor Jesus. É um “padrão de oração” que nos ajuda a organizar nossos motivos de oração a fim de que se harmonizem com a vontade de Deus. Observe que todos os pronomes que se referem aos crentes estão no plural, pois essa é uma “oração para a família”. Podemos orar sozinhos (Mt 6.6), mas não oramos sozinhos, porque somos parte de “toda família” (Ef 3.14-15). Quando oramos, devemos pôr o interesse de Deus em primeiro lugar (v. 2), antes de apresentar nosso pedido (vv. 3-4).
Fundamento da oração
A verdadeira oração fundamenta-se em filiação, não em amizade. Isso não é uma parábola que ensina “persistência em oração” (embora esse aspecto seja importante), mas o desejo de Deus em cuidar dos seus. Se até uma pessoa cansada e teimosa, por fim, ajuda seu amigo, o amoroso Pai celestial (que nunca dorme) fará muito mais para atender às necessidades de seus filhos! Sim, nós devemos continuar pedindo, procurando e batendo à porta do Senhor, não para quebrar a resistência de Deus, mas a fim de revelar-lhe nossa grande preocupação em que a vontade dele seja feita. Diz-se com acerto:
“O objetivo da oração não é conseguir que a vontade do homem seja feita no céu, mas que a de Deus seja feita na terra”.
Hoje, os crentes não precisam orar para pedir a dádiva do Espírito, já que ele vive em cada filho de Deus, porém devemos orar a fim de receber as “coisas boas” do Espírito (Mt 7.11) que precisamos para edificar nosso caráter, para orientar nossa conduta e para capacitar-nos para o serviço (Ef 1.15-23 e 3.14-21).
Promessas para a oração (vv. 9-13).
Os tempos verbais desta passagem são importantes: “Pedi Icontinuem pedindo]… buscai [continuem buscando]… batei [continuem batendo]…”. Em outras palavras, não procurem Deus só quando surgem emergências no meio da noite, mantenham-se constantemente em comunhão com o seu Pai. Jesus chamou isso de “permanecer” (Jo 15.1 ss), e Paulo nos exortou a “[orar] sem cessar” (1Ts 5.17).
Pedi o que não tendes; buscai o que não está visível; batei e os obstáculos serão removidos. Estas três palavras sintetizam o conteúdo da oração persistente.
Pai (Lucas 11.2), uma forma carinhosa e íntima de se referir ao progenitor, que não era muito comum até então. Trata-se de um grande privilégio do cristão poder dirigir-se assim ao Criador. A base desta oração é que Deus é um bom Pai, que cuida bem de seus filhos, mesmo não sendo ainda reconhecido por todos. Observe que a lição encerra com uma ênfase sobre Deus como Pai (Lucas 11.11-13). Pelo fato de Deus nos conhecer e nos amar, não precisamos temer sua resposta.
Nosso Senhor prometeu dar uma resposta completa; ele não fez exceções. Ao orar, Deus responderá ou mostrará por que não deve nos responder. Então, cabe a nós fazer o necessário para que o Pai nos confie sua resposta. Mais uma vez, Jesus constrói sua argumentação do menor para o maior: se um pai humano dá o que é melhor para os filhos, certamente o Pai celeste fará ainda mais pelos filhos, e isso inclui as “boas coisas do Espírito Santo” (comparar Lucas 11.13 com Mateus 7.11), bênçãos que, no Antigo Testamento, eram reservadas apenas a poucas pessoas especiais.
Material para o estudo das células:
Louvor sugerido: “Poder da oração” – Alda Célia – https://www.youtube.com/watch?v=wSS4RNSrU1I
Pergunta Quebra-Gelo:
Porque temos facilidades em perder uma noite de sono e dificuldade de orar por um momento sobre algo que nos aflige?
Leitura Bíblica: Lucas 11.1-13
Perguntas:
1 – Qual a ênfase da oração do “Pai Nosso”? (1-4)
2 – Porque Jesus contou a parábola do amigo importuno? (5-10)
3 – O que o Pai deseja nos dar? (11-13)
4- O que o Espírito Santo tem a ver com as nossas necessidades?
Fechamento (pelo Líder):
A Oração é focada no mover da presença de Deus e não nas nossas necessidades. Embora Deus atenda a elas e também os desejos do nosso coração, é importante compreendermos que o desejo de Deus é que nossa vida seja cheia/plena da presença do Espírito Santo, atuando em nós. Ele é a presença da paz que excede todo entendimento, e também é o agente que movimenta as nossas vidas quando tudo parece estar perdido. Por isso, compreenda que o poder da oração não está no suprimento dos recursos ou da nossa vontade, mas na comunhão e no relacionamento constante com o Espírito Santo.
Autor: Elton Melo
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