Charles Perrault
- 18/08/2023
Biografia de Charles Perrault
Charles Perrault (1628-1703) nasceu em Paris, França, no dia 12 de janeiro de 1628. Foi um importante escritor, autor de grande número de contos infantis, entre eles, A Bela Adormecida, O Gato de Botas, Chapeuzinho Vermelho e o Pequeno Polegar. Era filho de Pierre Perrault e de Paquette Le Clerc descendente de uma nobre família de Tours, cidade próxima a Paris.
Em 1637, Charles ingressou no Colégio de Beauvais, onde realizou brilhante estudo literário. Em 1643, iniciou o curso de Direito, concluído em 1651.
Charles Perrault foi cobrador geral da corte e depois deu início a sua carreira literária publicando uma série de odes dedicadas ao rei Luís XIV. Tornou-se assistente de Colbert, o conselheiro da corte.
É dessa época, a obra “Ode Sobre o Casamento do Rei” (1663). Em 1665, passou a trabalhar na superintendência de obras públicas do reino, e em 1667 ordenou a construção do Observatório Real, seguindo o projeto de seu irmão o arquiteto Claude. Foi um dos colaboradores para a fundação da Academia Francesa de Ciências e para a reconstrução da Academia de Pintura.
Em 1671, com extensa publicação literária, entre elas, “O Espelho ou A Metamorfose de Orante” (1666), “Diálogo de Amor e Amizade” (1668) e “O Parnassus Conduzido a Extremos” (1669), foi eleito para a Academia Francesa de Letras. Na Academia Francesa, enfrentou uma longa disputa intelectual, chamada de “Querela dos Antigos e dos Modernos”.
Os Antigos eram escritores que acreditavam na supremacia da Antiguidade Greco Romana, sobre toda e qualquer produção francesa. Já os Modernos defendiam que a produção literária francesa não era inferior aos clássicos do passado. Liderando o grupo dos Modernos, Charles Perrault tentou provar a superioridade da literatura de sua época, com a publicação das obras: “Le Siècle de Louis le Grand” (1687) e “Parallèle des Anciens et des Modrenes” (1688-1692).
O conto de fadas
Em 1697, com quase setenta anos, Charles Perrault passou a registrar as histórias, ou contos da memória popular. Ao dar um acabamento literário a esse tipo de história, estava criando um novo gênero da literatura “o conto de fadas”. Em 11 de janeiro de 1697, foi publicado o fmoso livro “Contos da Mãe Gansa” e reunia diversas histórias, entre elas, Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, A Gata Borralheira, O Gato de Botas, Cinderela, Barba Azul, As Fadas e O Pequeno Polegar. Essas histórias eram encerradas em forma de poesia, contendo sempre uma “lição de moral”.
Legado
Charles Perrault faleceu em Paris, França, no dia 16 de maio de 1703. Em sua vasta obra, Perraut destacou temas sociais avançados para a sua época, compondo uma crítica social e mostrando esperança de mudanças. A Gata Borralheira é o símbolo do personagem humilhado e maltratado. O Gato-de-botas é o pícaro a tirar proveito da corrupção social. O Pequeno Polegar é o anão astuto que vence gigantes bobos. Ou seja, seus personagens se armam com os atributos da inteligência e da perspicácia para vencer a força bruta: o poderoso opressor.
Perrault foi responsável pela introdução dos desprivilegiados nos salões, em contos cujas personagens são as mais estereotipadas: a madrasta, o lobo e os irmãos mais velhos são sempre maus. Os fortes e poderosos são de nítida descendência canibalesca, de devoração dos mais fracos. Charles Perrault utiliza o confronto dualista entre bons e maus, belos e feios, fracos e fortes, como exercício de crítica à corte. Não raro, os personagens que representam as classes discriminadas se tornam superiores à nobreza pela inteligência.
Merece especial relevância no universo da literatura infantil por adaptar contos do cohecimento popular indo-europeu, estabelecendo um modelo de conto de fada que foi seguido por diversos autores.
Autor: Alcance Vitoria
Deixe uma resposta